segunda-feira, 11 de junho de 2018

RELATO DE PARTO: CRISTIANE E IAN


O sonho de ser mãe sempre esteve presente. Acho que era meu maior sonho desde a infância e na medida em que fui crescendo, tomando consciência do sonho, do meu corpo e da minha forma de pensar e interagir com ele e com o mundo, que o sonho foi tornando mais intenso. Mas como saber a hora certa? Como me preparar? O que esperar? Como ser respeitada? Muitas questões começaram a fazer parte dos meus pensamentos e foi ai que fui buscar informações. Descobri que poderia me tornar mãe, ter meu sonho realizado da maneira mais natural e linda, como sempre sonhei!
E foi em uma dessas buscas que descobri que o parto normal não era tão normal como eu sempre imaginava, e que o parto natural ou humanizado sim! Assisti vários vídeos, relatos e até fiz um curso de preparação para doula. Já adianto que nunca exerci a função de doula, mas foi no curso que despertei ainda mais o meu feminino e descobri o que realmente queria pra mim e pra minha vida, foi quando me descobri ainda mais mulher! Agradeço imensamente as meninas do Minhas Doulas por ter tido a oportunidade de participar do curso.
Mas passou um ano...o outro ano chegou e a hora de realizar o meu grande sonho não chegava. Acredito e hoje tenho certeza, que tudo acontece no momento certo! Não estava tentando ter meu filho desde antes do curso, mas falo que a minha hora não chegava porque eu e o Lú (meu marido) ainda não estávamos totalmente preparados para a chegada de um bebê, e quando realmente sentimos que era hora, que precisávamos de mais alguém em nossa vida a sensação que tenho é que o universo já nos preparava antes mesmo de nós darmos conta disso e em dois ou três meses já tínhamos um bebê sendo formado na minha barriga!

E ai, como lidar com a realização do grande sonho? Sempre imaginava qual seria a minha reação, mas estava tão plena e muito ligada comigo mesma, que tudo foi muito tranquilo. E o mesmo aconteceu com a gestação, tudo muito tranquilo, apenas muito sono, mas isso foi muito bom, me preparei e descansei bastante.
As semanas foram passando e acabei iniciando o pré-natal com uma médica que consultava há muito tempo, mas já sabendo que com ela não seria possível ter o parto que sonhava. Agradeço a oportunidade que tive de ter algumas consultas com ela e escutar um pouco sobre o pré-natal e a forma de parto da maioria das mulheres, sem preconceitos e julgamentos.  Aprendi muito também e me fortaleci tendo a certeza do que eu queria.
Estávamos com uma viagem de férias programada, viajamos, aproveitamos, comprei praticamente tudo para o meu pequeno, que já sabíamos que seria um menino. Fiz o exame de sexagem e falei com o Lú que na volta iria à busca do que realmente queria. Foi na volta que entrei em contato com a Equipe Bom Parto, uma equipe formada por enfermeiros obstetras que acompanham a mulher o tempo todo e tem planos de parto domiciliar e hospitalar. Marquei a minha primeira consulta; estava nas nuvens, e foi lá que falei que queria ter meu primeiro filho em casa, que teria um parto domiciliar, pois sempre tive isso em mente. Em nenhum momento cogitei um parto hospitalar, mesmo sabendo que poderia necessitar de uma transferência ou ter alguma intercorrência durante a gestação e ter que mudar de opinião, mas estava tão firme e consciente da minha decisão que não pensava nessas possibilidades.
As semanas foram passando, por indicação da Equipe marquei uma consulta com o Dr. Guilhermino, e que surpresa boa! Uma pessoa maravilhosa que respeita a mulher e suas escolhas. Por volta da 33a semana o meu pequeno que sempre esteve cefálico para a minha surpresa estava pélvico. E ai começam as dúvidas, encarar ou não um parto natural pélvico? Mas quando falo que o Dr. Guilhermino foi uma boa surpresa ele me apresenta outra pessoa maravilhosa, o Joloano, acupunturista, que com apenas três seções ajudou meu pequeno a voltar para posição cefálica para alivio da mamãe!
E aí chegamos na 37a semana e todos falando que o bebê já não é considerado mais prematuro. Passa mais uma semana, duas, e chegamos a 40a semana, e junto com ela um pouco de ansiedade e muita vontade de ter meu pequeno nos braços. Quando em uma madrugada de terça pra quarta, no ultimo dia do mês de fevereiro, acordo com um incomodo e não consigo dormir mais, parecia insônia, mas logo percebi que estava tendo contrações, a barriga ficava dura e incomodava um pouco, mas nada de dor. Vou pra sala e ligo a TV, me distraio e cochilo um pouco. Ah! Já ia esquecendo de contar, no dia anterior caminhei bastante com minha mãe, fomos na Savasssi comprar algumas coisas antes da chegada do bebê. Voltando para o início do dia resolvo cronometrar as contrações e percebo que estão acontecendo de 10 em 10 minutos mais ou menos. Envio mensagem para o grupo onde tinham as pessoas que iriam participar do meu parto, pessoas mais que especiais, cheias de carinho e amor, minha mãe, meu marido, a querida Dani (fotografa), a outra querida Rebeca (doula) e todos da Equipe Bom Parto. Meu marido acordou e logo viu a mensagem e foi ao meu encontro. Percebendo que estava tudo tranquilo foi trabalhar e enquanto isso eu e minha mãe tomamos café, fomos caminhar, almoçamos e no meio da tarde a querida Rênia veio até minha casa me examinar. Ela cronometrou as contrações que estavam entre 4 e 5 minutos, mas estava tudo tranquilo, comuniquei a todos no grupo e comecei a imaginar que iria ver meu pequeno pela primeira vez só no dia seguinte ou até mesmo no outro e não mais no mês de fevereiro como eu acreditava que seria. Por volta das 18 horas a Dani me ligou para saber como estava e conversamos por uns 10 minutos. Ela ainda falou que eu estava tranquila, e desligando o telefone acreditei ainda mais que não seria naquele dia...minha mãe tinha saído, chegou em casa por volta de 18:30 e por insistência do Luciano meu quarto já estava preparado para a chegada do pequeno. Mudamos a cama de lugar e enchemos a banheira e colocamos no quarto, nesse tempo comecei a conversar com a Rebeca, que mora em Divinópolis e iria sair de lá e chegar até aqui em casa. Foi quando ela me falou: tenta cronometrar suas contrações, e foi quando percebi que estava começando a sentir as contrações mais fortes e doloridas e vi que estavam de 2 em 2 minutos. Não deu muito tempo, pedi a ela que viesse e logo fiquei sem lugar. Comecei a andar pela casa, tirei a roupa, falei que ia tomar um banho bem quente e que não queria ninguém comigo. Então fui para o chuveiro e gritei para que avisassem alguém da Equipe Bom Parto. Quando entrei no chuveiro comecei a ter vontade de fazer força e agachava e levantava varias vezes. Foi quando lembrei do gráfico do trabalho de parto que a querida Miriam fez na penúltima consulta me explicando e resolvi pegar um espelho que estava dentro do box pra olhar o que estava acontecendo, mas antes pensei: não sei o que vou fazer, mas se continuar assim vou ter que pedir analgesia e vão ter que me levar para o hospital. E antes de pegar o espelho ainda conversei com aquele bebê que estava prestes a chegar, falei: filho querido, sei que falta pouco, quero muito te ver e ter você nos meus braços que seja no seu tempo e na sua hora, te amo! E depois disso peguei o espelho e vi que meu sonho estava se tornando realidade, já conseguia ver a cabecinha do meu pequeno, gritei minha mãe e pedi pra ela abrir a porta do box. Tentei mostrar pra ela, mas como não saía debaixo do chuveiro ela não conseguiu ver nada e foi ai, um momento mágico, que a cabecinha do meu pequeno apareceu, e na próxima contração o corpinho. Nasceu meu pequeno as 19:30 horas, comigo e com minha mãe. Não deu tempo de ninguém chegar, mas foi um momento lindo, mágico, emocionante, indescritível, que poderia ficar aqui horas descrevendo e não seria suficiente. E fico cada dia mais admirada com o corpo humano, com o parto natural e como tudo acontece. Ian nasceu com circular de cordão e não me pergunte como, puro instinto, eu tirei!



Minutos depois o Luciano, agora papai, entrou no banheiro para conhecer nosso maior tesouro, nosso Ian. E logo depois a querida e carinhosa Nelci chegou e me ajudou a ir pra cama e começou a cuidar da gente. Depois chegou o querido Walter e ajudou no nascimento da placenta, e assim que o cordão parou de pulsar, o Lú cortou, e ai foram pesar e medir o Ian. Nisso a Rebeca já tinha chegado e fez um suco e sanduiche para eu comer, me ajudou a tomar um banho e ficamos por algumas horas todos juntos eufóricos, felizes e cheios de ocitocina e amor!

Foi assim...um parto tranquilo e cheio de amor. Foi muito mais do que imaginei, só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade de existir, aos meus pais e a minha irmã pela oportunidade de ter escolhido eles para sermos uma família, e de estar aqui na Terra pra viver essa experiência, a Terra e ao Universo por tudo de maravilhoso que eles são e oferecem. À Neyde que sempre me apoiou e esteve mandando vibrações e acompanhando o parto, a Dani que mesmo não registrando esse momento é uma pessoa que admiro muito e me ensinou muito, a Rebeca por todo apoio, força, caminho, palavra certa e amor, a todos da Equipe Bom Parto, cada um do seu jeito me ensinou, fortaleceu, inspirou, apoiou, transmitiu paz, carinho e amor. Em especial meus amores, mãe e Lú, que estiveram ao meu lado no momento em que me senti mais plena, poderosa, realizada. Sem vocês não teria conseguido; e pra finalizar não poderia deixar de falar do meu pequeno, meu filho Ian, que me transformou e me fez viver sentimentos intensos jamais vividos!
Gratidão a tudo e a todos!

O blog

Esse blog tem o objetivo de juntar todas as minhas paixões: arquitetura, decoração, universo infantil e o respeito e dedicação pela mulher e seu bebê. Com isso quero mostrar que posso participar do momento mágico da vida de uma cliente, desde o planejamento do quartinho, os detalhes da decoração, até o acompanhamento durante o trabalho de parto e o nascimento da tão desejada criança. Espero que possa contribuir muito e aprender com todos!

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