Vamos falar um pouquinho sobre o
parto domiciliar? Não sei se todos sabem, mas moro em Belo Horizonte e aqui
temos o prazer de contar com o Hospital Sofia Feldmam, um hospital público, mas
diferente das estatísticas, uma grande instituição, onde sua missão é “Desenvolver
ações de atenção integral à saúde da comunidade, em especial da mulher e da
criança, em nível ambulatorial e hospitalar com qualidade, resolutividade,
acolhedores e vinculantes, de forma universal, visando impactar nos indicadores
de saúde deste grupo.” O hospital além de ter a maternidade conta também com
uma casa de parto, onde são realizados os partos naturais, sem intervenções e
também equipes que vão até a sua casa e realizam o parto domiciliar.
O parto domiciliar ainda não é
tão frequente no nosso país, mas como é feito em um ambiente conhecido e
agradável para a mulher traz vantagens, pois se torna mais confortável e dá
mais segurança a gestante que se prepara para esse momento, pois ela se torna a
protagonista. Mas em outros países, como por exemplo, na Holanda, os partos
domiciliares são cerca de 40% dentro do Sistema de Saúde.
Ainda existem muitos mitos, medos
e receio de que ocorram intercorrências e a ajuda não seja possível ou muito
demorada, por isso, vou falar como é feito o parto domiciliar. Vamos lá! Ele
acontece na casa da gestante e pode ser acompanhado pelos familiares ou pessoas
que a mulher queria ao seu redor durante o trabalho de parto. É importante ressaltar,
que o ambiente deve ser tranquilo, acolhedor e muito apoiador, para que a
gestante se sinta confortável e segura.
É necessário que o pré-natal seja
bem acompanhado, geralmente esse acompanhamento é feito por enfermeiras
obstétricas, parteiras (obstetrizes) e doulas. Os médicos obstetras também
podem participar, mas não é tão comum. Antes do parto a gestante elabora o seu
plano de parto, onde é colocado tudo que ela deseja e o que não deseja durante
o seu trabalho de parto (vou falar sobre isso em outro post). Durante o
trabalho de parto, esses profissionais vão ajudar a parturiente a lidar com as
contrações, com a dor e com a espera pela tão sonhada chegada do bebê. Para
realizar essas atividades são feitas massagens, relaxamentos, banhos,
alongamentos, caminhadas, tudo o puder ajudar, como prepara o ambiente de
acordo com o gosto da gestante, colocando cheiros, sons, preparando a
alimentação e oferecendo água. Durante o nascimento a mulher tem total
liberdade de escolher a melhor posição, o melhor lugar, sem deixar de ter o
suporte de todos a sua volta. Após o nascimento o bebê vai para os braços da
mãe e após o tempo deles é realizado pelos profissionais a pesagem, medição e
tudo o que for necessário no bebê e também todo amparo e avaliação do estado de
saúde da mãe.
Sei que vão me perguntar: E se
tiver alguma emergência? As equipes de profissionais que atendem partos domiciliares
estão capacitadas para esse atendimento. Elas têm os materiais necessários para
esse atendimento, como por exemplo, material de sutura, cateter de punção
nervosa, cilindro de oxigênio, entre outros. Além disso, para se realizar um
parto em casa, a condição primordial é a de que haja uma maternidade de referência
a uma distância mínima de trinta minutos da residência. Isso é necessário para
o caso de transferência da parturiente para a maternidade.
E ai, quem já teve ou pretende
ter um parto domiciliar?
Antes de tomar qualquer decisão é
importante verificar e respeitar as indicações e ausência de riscos
gestacionais.
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